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Ciência e Saúde

Paranaguá já teve quatro doadores de órgãos em 2018

O sucesso é atribuído ao conjunto de ações para favorecer o procedimento, colocando o Estado em segundo lugar no País

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A doação de órgãos tem crescido no Estado do Paraná nos últimos meses. Somente no ano passado, o Estado bateu recordes de transplante de órgãos, sendo realizados 482 de rins, 265 de fígado e 39 de coração. O sucesso é atribuído ao conjunto de ações para favorecer o procedimento, colocando o Estado em segundo lugar no País com melhor desempenho na área de doação, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

Segundo informações da direção do Hospital Regional do Litoral, somente neste ano de 2018, quatro pacientes que estavam sob cuidados em Paranaguá passaram por captações de órgãos no local.

SOLIDARIEDADE

Paranaguá tem se destacado na doação de órgãos. Logo após o Carnaval, a morte cerebral da youtuber Isabelly Cristine dos Santos, de 14 anos, foi confirmada, após ela ser atingida por um disparo de arma de fogo. Logo que realizado o comunicado oficial que afirmava a morte cerebral de Isabelly e, com a autorização e solidariedade da família, a Central Estadual de Transplantes (CET/PR) iniciou a retirada dos órgãos no Hospital Regional do Litoral.

O rim, o fígado e o pâncreas da jovem seguiram para transplantes daqueles que estavam aguardando na fila de espera. Nesses casos, a família permite ou não a doação e, posteriormente, a Central de Transplantes averigua quais deles estão aptos e inicia o processo.

Mais recentemente, Valdemar Rodrigues, de 35 anos, foi atropelado no km 7,5, na região de Paranaguá, e encaminhado ao Hospital Regional do Litoral, na quinta-feira, 19. O condutor do veículo que o atropelou não parou para prestar socorro e não acionou a emergência. Não resistindo aos ferimentos no braço e na cabeça, no domingo, 22, foi constatada a morte cerebral de Valdemar.
Mais uma vez, a família da vítima decidiu pela doação de órgãos, possibilitando o encaminhamento dos rins, coração, fígado, pâncreas e córneas a pacientes que aguardavam pelos órgãos para ter melhor qualidade de vida.

DOAÇÃO NO PARANÁ

O Estado do Paraná possui quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOS), em Curitiba, Maringá, Cascavel e Londrina. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) indicam em um comparativo aos três primeiros meses de 2011 a 2018, que até 2016 o maior motivo de não doação de órgãos foi a negação da família. O índice mudou em 2017 e 2018, quando a falta de condições clínicas para a doação superou a recusa familiar. Porém, os números de recusas pelas famílias dos pacientes continuam altos.

O perfil dos doadores no Paraná por morte encefálica é preenchido por 43,2% de mulheres e 56,8% de homens. Até março deste ano, o Estado totalizou 233 transplantes, entre rim, fígado, pâncreas, coração e pâncreas rim, além de 219 transplantes de córnea.

CONHEÇA MAIS SOBRE A DOAÇÃO DE ÓRGAÕS

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o número de doações poderia ser ainda maior. De cada oito potenciais doadores, apenas um é notificado. Enquanto em países como Espanha, que é referência mundial quando o assunto é transplante, são registrados perto de 40 por milhão, no Brasil essa taxa está próxima de 15.

Os transplantes ocorrem através de uma cirurgia tradicional e ao fim do procedimento o corpo é reconstituído, podendo ser velado normalmente, conforme a ABTO. A doação de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais.

Fotos: Arquivo AEN

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