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Ciência e Saúde

Médico explica ocorrência de casos de gripe Influenza em Paranaguá

“Temos que tomar cuidado e isto pode ocorrer em qualquer local com aglomeração de pessoas”, afirma o médico João Felipe Aurichio, destacando sobre os casos de gripe Influenza em Paranaguá

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João Felipe Zattar Aurichio reforçou importância da campanha de vacinação contra a gripe

Na última semana, um boato foi veiculado nas redes sociais, destacando que Paranaguá estaria enfrentando um surto de gripe Influenza. O médico clínico João Felipe Zattar Aurichio esclareceu o caso e afirmou que, ao contrário do que foi divulgado, o município não enfrenta um surto da doença, porém ressaltou a importância da campanha de vacinação contra a gripe que está ocorrendo em Paranaguá e em todo o Brasil, com doses disponíveis em todas as unidades de saúde da cidade, através da Secretaria Municipal de Saúde e Prevenção (Semsap) e Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O médico destacou ainda que a gripe se refere ao nome da doença e Influenza ao nome do vírus, tipo de enfermidade comum no Brasil que pode ser combatida com a vacina e com tratamento clínico. 

“Nessa semana, alguns pacientes me procuraram no consultório para saber se estaria havendo um surto, porque em determinado colégio da cidade, se apresentaram alguns casos de crianças com sintomas parecidos com gripe associados à diarreia e dores no corpo. Os alunos começaram a se ausentar na escola, foi aumentando o número de faltantes e o próprio colégio tomou a atitude correta de buscar e fazer a notificação com a Vigilância Epidemiológica para saber o que estava ocorrendo. Foi emitida uma notificação de que estas crianças contraíram a influenza do tipo B, que é um tipo de gripe, e por isso estaria virando uma espécie de surto no colégio e soltaram um comunicado para que os pais que se tivessem algumas crianças apresentando estes sintomas gripais que não as levassem para a escola e sim ao médico”, afirma o médico Aurichio.

De acordo com ele, o vírus Influenza é um dos mais comuns para apresentação de um quadro de gripe. “Hoje temos aqui no Brasil três tipos de Influenza: A, B e C. O Influenza A é dividido em subtipos como o H1N1 e H3N2. O Influenza B com alguns subtipos e o Influenza C não é muito importante porque não causa infecções no nosso País. O Influenza A é um tipo de vírus que causa gripe com uma violência maior, com a gripe muito mais forte e grave, enquanto o Influenza B é um tipo de vírus que causa uma gripe um pouco mais branda que a A, causando menos gravidade e risco da pessoa se internar e contrair algum tipo de pneumonite viral”, completa Aurichio. 

“O Influenza B tem uma capacidade de se alastrar muito menor que o Influenza A. Esse boato sobre este surto de Influenza e que ele poderia se alastrar para a cidade, ele até pode existir, mas as chances são muito pequenas”, afirma o médico clínico. “A chance existe de termos um surto, principalmente por estarmos entrando no inverno, quando se há um número maior de casos de gripe, resfriado, infecções de vias aéreas superiores com a sinusite e otite, e inferiores, como a bronquite e pneumonia. Temos que tomar cuidado, principalmente por causa desta situação”, explica o médico. 

Segundo o médico, diante do fato de poder haver algum surto de Influenza B em Paranaguá, há a necessidade de esclarecer que deve se tomar cuidado com grupos de risco. “O principal grupo de risco é o das crianças de seis meses a cinco anos de idade incompletos. Essas crianças têm o sistema imunológico suscetível a ter uma gripe mais grave do que um adulto. Além disso, temos o grupo dos idosos acima de 60 anos, pacientes com algum tipo de morbidade descompensada como diabetes, problemas cardíacos, hepáticos, renais, doenças autoimunes, bem como gestantes, independente do período gestacional e puérperas, que são as pacientes que acabaram de passar pelo parto em até 45 dias. São pessoas que, se contraírem a Influenza B, podem ter um risco de gravidade da doença muito maior que as outras pessoas”, diz Aurichio, ressaltando que todas estas pessoas devem tomar a vacina na rede municipal de saúde, incluindo os grupos de profissionais de saúde, professores da rede pública e privada, pessoas com cerceamento de liberdade em unidades prisionais e, por fim, os povos indígenas. 

 

Vacinação e tratamento médico adequado são itens essenciais para o combate à gripe 

VACINA

“No dia 10 de abril, entramos em uma campanha de vacinação contra a gripe no Brasil que irá até o dia 31 de maio. Infelizmente esta campanha não se estende a todas as pessoas por questão de saúde pública, mas há pessoas que são alvo para receber as doses mediante o SUS. Quem não se enquadrar nos grupos prioritários pode procurar a vacina, mas terá que fazer de modo particular ou privado. A vacina que é feita no SUS é trivalente, enquanto a que é disponibilizada via particular é trivalente ou tetravalente. A diferença é que na trivalente você tem a vacina contra a Influenza A, H1N1, H3N2 e contra uma cepa do Influenza B, já na tetravalente você tem contra H1N1, H3N2, Influenza A e contra duas cepas do Influenza B “, explica o médico. 

João Felipe Aurichio explica que a vacina contra a gripe é feita de vírus vivo inativo que não tem a capacidade de causar infecção. “Quando você tomar a vacina, ela demorará de 15 a 20 dias para fazer a soroconversão, ou seja, demorará este prazo para fazer efeito no seu corpo e você não pegar gripe. A vacina é feita associada a uma proteína do ovo, aí fica o alerta que aqueles que tiverem alergia ao ovo ou a sua proteína não devem tomar a dose, mesmo que se enquadrem no grupo de risco”, afirma. 

GRIPE E RESFRIADO

O médico ressalta que a diferenciação entre gripe e resfriado é algo simples de se estabelecer. “Vocês têm que se atentar aos sintomas do paciente. Se for falar de forma mais generalizada, a gripe é um resfriado piorado. Um resfriado é aquele em que o paciente pegou uma infecção de via aérea superior e geralmente causa coriza, dor de cabeça leve, tosse mais seca e febre de vez em quando e quando tem não passa de 38°C, normalmente dura de dois a quatro dias e alivia de forma rápida, com remédio para dor de garganta, congestão nasal, dor de cabeça, enfim, qualquer analgésico comum”, explica.

“Já a gripe é o caso do paciente que tem febre acima dos 38°C até os 40°C, uma dor de cabeça insuportável, muita dor de garganta, com tosse que chega a sair catarro, olhos com hiperemia conjuntival, ou seja, olhos avermelhados, podendo ter outros sintomas variados como diarreia, vômito, queda de pressão súbita, falta de ar, taquicardia. Se o paciente apresentar estes sintomas variados ele pode estar em um quadro de gripe mais grave evoluindo para uma síndrome de angústia respiratória ou sepse”, afirma o médico clínico. Segundo Aurichio, os sintomas podem ocorrer de sete a 10 dias, com febre de cinco a sete dias e tosse durando até duas semanas. 

Outro ponto mais grave é de que a gripe, ainda mais quando ela é causada pela Influenza, é um tratamento mais intensificado. “O tratamento pode ser feito com o que é conhecido popularmente como Tamiflu. Geralmente começamos com uma dose de 75 miligramas de 12 em 12 horas por cinco dias. A forma mais eficaz é começar a medicação após 48 horas do início dos sintomas. O complicado é que a gripe pode se manifestar na pessoa quatro dias após contrair o vírus e nesses quatro dias ela pode ser a portadora para causar infecção em outras pessoas, algo que é transmitido através das gotículas nasais e da tosse”, destaca, ressaltando que quem está com gripe ou suspeita deve evitar tossir em cima das outras pessoas. “Quando espirrar, deve colocar a mão na frente e higienizar as mãos. Se estiver em ambiente fechado é importante abrir a janela para circular o ar”, destaca.

O médico clínico ressalta ainda que o vírus da gripe pode ser transmitido 10 dias após a pessoa já ter sido curada. “É importante esclarecer esta dúvida em torno da gripe Influenza em Paranaguá e possível surto que inicialmente está em um colégio da cidade e que pode ser que evolua para a nossa cidade. Temos que tomar cuidado e isto pode ocorrer em qualquer local com aglomeração de pessoas”, destaca Aurichio. “É importante também sempre ir ao médico em qualquer caso de suspeita de gripe e não praticar a automedicação”, finaliza. 

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