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Ciência e Saúde

Estudo acompanha 250 gestantes com HIV no litoral

Destas mulheres, houve 18 casos em que ocorreu a transmissão vertical

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O Boletim Epidemiológico HIV/Aids divulgado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais no Brasil apresenta, entre outras informações, os números relacionados à confirmação de gestantes infectadas com HIV no País, regiões e Estados. Em 2000, foram registradas no Brasil, 1.881 gestantes com HIV. Até junho de 2015 eram 3.713 gestantes infectadas no País. No Paraná, em 2000, foram confirmadas 125 gestantes portadoras do vírus e, em 2015, eram 212. No País, desde 2000 até junho de 2015, foram notificadas 92.210 gestantes infectadas com o HIV. A taxa de detecção de gestantes com HIV no Brasil vem apresentando tendência de aumento nos últimos dez anos. Em 2005, a taxa observada foi de 2,0 casos para cada mil nascidos vivos, a qual passou para 2,6 em 2014, indicando um aumento de 30,0%. Em 2014, a região Sul apresentou a maior taxa de detecção entre as regiões, sendo aproximadamente 2,1 vezes maior que a taxa do Brasil.

 

ESTUDO

O obstetra Antonio Marinho Falcão Neto está realizando estudo sobre a transmissão vertical, isto é, de mãe para filho na região de Paranaguá. “Estamos fazendo levantamento de 12 anos desde 2002 a 2014. Verificamos as mães que tiveram diagnóstico de HIV em qualquer momento da gestação e estamos correlacionando as taxas de transmissão que são aquelas em que o bebê nasceu com o vírus e estudando o motivo disso ter ocorrido”, explicou.

 

 

O profissional disse que o número de gestantes diagnosticadas com HIV nesses anos é significativo. “Nesse período, foram estudadas 250 gestantes residentes no litoral. O maior número estava concentrado em Paranaguá. Nem todas as mães transmitiram o HIV aos bebês, na verdade, a taxa de transmissão é de certa forma baixa. Destas 250, tivemos 18 casos em que ocorreu a transmissão vertical”, informou.

 

FORMAS DE TRANSMISSÃO

Conforme Dr. Falcão, a transmissão pode ocorrer em três momentos. “Durante a gravidez, no parto e depois do nascimento através da amamentação”, citou. Entre as 18 crianças, houve caso de transmissão através da amamentação. “A mãe sabia, mas não tratou a criança, continuou amamentando o bebê e acabou transmitindo para ele. Há um processo de negação muito grande”, observou.

O obstetra explicou que há uma política para acompanhar a gestante e minimizar os riscos de o bebê ser infectado. “Há uma política muito bem escrita na qual captamos precocemente essa gestante, fazemos três testes durante a gravidez e mesmo com a gestante apresentando três resultados negativos, na maternidade é feito o teste rápido”, detalhou. “Entretanto, observamos falhas no cumprimento dessas políticas. São pacientes que não têm acesso ao pré-natal, ao exame, outras que fazem o exame apenas uma vez durante o pré-natal e mudam de parceiro. Existe uma falha nesse processo de vigilância que deveria ocorrer e as políticas que deveriam ser cumpridas de forma igual em todos os municípios, inclusive em Paranaguá. Com isso, o diagnóstico acaba ocorrendo somente na hora do parto”, lamentou.

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