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Ciência e Saúde

Com cobertura vacinal de 33%, sarampo pode ter retornado ao litoral do Paraná

Sesa investiga suspeita da doença em menino de sete anos em Paranaguá

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A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) de Paranaguá divulgou, na terça-feira, 27, que um menino de sete anos, residente no município, é a primeira suspeita de sarampo no litoral do Paraná. O fato deve servir de alerta à população, principalmente devido à baixa cobertura vacinal na região.

No primeiro semestre de 2019, o índice de 33,57% de cobertura vacinal no litoral do Paraná contra o sarampo está muito abaixo do esperado e do recomendado pelas autoridades de saúde. Isso porque a dose da Tríplice Viral, que previne também a rubéola e a caxumba, é disponibilizada durante todo o ano nas unidades de saúde.

BLOQUEIO DA DOENÇA

O caso do menino em Paranaguá está em investigação e, enuanto o resultado não é concluído, as autoridades sanitárias realizam o bloqueio da doença. “A medida consiste em vacinar pessoas que possam ter tido contato com o paciente nos últimos dias. A ação será concentrada entre familiares da criança, estudantes da escola e outras pessoas da igreja que ele frequenta. O paciente esteve recentemente no Uruguai e seus avós fizeram viagem a São Paulo, Estado que registra surto da doença”, comunicou a Secretaria Municipal de Saúde.

As equipes do Departamento de Vigilância Epidemiológica começaram a vacinar, na terça-feira, 27, as crianças e adolescentes que estudam no mesmo turno do menino.

“Temos 72 horas para vacinar essas pessoas que tiveram contato com essa criança. Não há motivo para pânico neste momento, mas temos que tomar essas medidas preventivas o quanto antes para evitar um contágio que pode ser maior”, esclareceu a secretária municipal de Saúde, Lígia Regina de Campos Cordeiro.

SESA

O caso está sendo investigado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a qual divulgou, em nota, que o resultado geralmente fica pronto em uma semana. Mas o prazo pode ser de até 25 dias, dependendo da situação, pois há casos que necessitam de uma segunda amostra de sangue.  

“A cobertura vacinal na região litorânea, no primeiro semestre de 2019, encontra-se abaixo do esperado com uma média de 33,57%. Esta situação tem sido motivo de preocupação em todos os municípios que têm buscado vacinar os grupos indicados e registrar as doses aplicadas”, salientou, em nota, a Sesa.

A secretaria destacou, ainda, que existem doses em quantidades suficientes em todos os municípios do Estado, e pode haver um chamamento geral para o reforço vacinal contra o risco de aparecimento de casos de sarampo.

ATENÇÃO AOS SINTOMAS

O médico pediatra, Jhonatan Aredes, citou os sintomas mais característicos da doença.

“O sarampo é uma doença viral, altamente contagiosa, com uma transmissão bem parecida com a gripe, por meio de tosse, secreções, espirro, pela fala. Os sintomas mais comuns são febre alta súbita, irritação nos olhos (conjuntivite), coriza, manchas brancas na parte interna da bochecha, tosse persistente e manchas vermelhas que começam na cabeça e descem para o corpo todo”, afirmou Aredes. 

Ao observar a presença de algum desses sinais, o recomendado é que o paciente procure a unidade de saúde mais próxima. Em casos mais graves o caso pode evoluir para convulsão, piora da conjuntivite, infecção nos ouvidos, pneumonia, perda de apetite, diarreia, lesão cerebral, o que pode levar a óbito. “A única forma de prevenção é a vacina. Não há outra forma de evitar. É a única maneira que o Ministério da Saúde preconiza como eficaz”, ressaltou Aredes. 

QUEM DEVE SE VACINAR

A vacina contra o sarampo é gratuita e faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. A Sesa esclareceu que a dose zero deve ser aplicada em crianças entre seis e onze meses.

A dose número 1 deve ser recebida aos 12 meses de vida com a vacina tríplice viral (que previne sarampo, caxumba e rubéola).
A dose 2 aos 15 meses com a vacina tetra viral (que previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora).

A população com até 29 anos deve receber duas doses da vacina. E para as pessoas que estão no grupo com idade entre 30 e 49 anos basta ter o registro de uma dose para serem consideradas imunizadas. Acima dos 50 anos, a vacina é indicada apenas nos casos de bloqueio vacinal após a exposição com casos de suspeita da doença ou confirmados.

Pessoas imunodeprimidas, mulheres grávidas e menores de seis meses de idade não devem tomar a vacina. Profissionais da área da saúde devem ser vacinados, independente da idade.
 

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