Comunidade negra terá programa na TV Educativa 

 

Nesta semana, a comunidade negra do litoral conquistou um importante avanço na busca por uma sociedade mais igualitária. O movimento negro terá um programa na TV Educativa produzido pelo cineasta Tiago Nascimento da TCN Filmes de Paranaguá. 

O grupo foi recebido pelo secretário de Estado da Comunicação, Alexandre Teixeira, oportunidade em que foram abordados os avanços que podem ocorrer através do programa que tem abrangência nacional. Para Tiago, essa conquista representa um grande avanço no histórico das lutas sociais.   

“Nosso objetivo é retratar personalidades históricas, poucas pessoas sabem da história do Brasil em capítulos ocorridos aqui no Paraná. Falaremos dos irmãos Rebouças, que foram os primeiros afrodescendentes brasileiros a cursar uma universidade e são considerados como dois dos maiores engenheiros do País. Falaremos também da primeira mulher negra engenheira que era paranaense e outros nomes de destaque em várias áreas”,  destacou Tiago. 

O movimento negro do litoral levou o projeto para a comunidade negra do Paraná e assim chegaram até a TV Educativa, a qual se interessou pela proposta documental. “A TV nos cedeu esse espaço, pensando nas minorias, pois vamos levar uma reflexão ao povo do Paraná”, contou.   

O programa está sob a responsabilidade do cineasta Tiago Nascimento, da TCN Filmes, a qual tem sua sede em Paranaguá. “De acordo com o último senso do IBGE de 2010, existem cerca de 3 milhões de afrodescendentes vivendo atualmente  no Paraná. Isso representa 28% da população, sendo a maior do Sul do Brasil”, finaliza o cineasta.  

TRAJETÓRIA 

O cineasta Tiago Nascimento lançou em 2017 o documentário “O Outro Lado”, fazendo um retrato social sobre a juventude de Paranaguá. O filme foi apresentado em diversos locais ganhando repercussão. 
Tiago decidiu fazer cinema em 2012 quando atuou como missionário no sertão do nordeste. Lá percebeu que muitos voluntários, não tinham um trabalho de divulgação de seus projetos. Voltando para Paranaguá, decidiu fazer algo que pudesse colaborar com os trabalhos no sertão de uma maneira mais específica. “Queria e muito fazer fotografia, pois ajudaria na divulgação, mas fui surpreendido. O projeto de cinema estava longe de meus sonhos a curto prazo. Mas a oportunidade apareceu e acabei me formando na Hfa-Hollywood Film Academy. Com o cinema os trabalhos tornam-se muito maiores”, explica.