Centro POP realizou cerca de 80 atendimentos ao dia

O número de moradores em situação de rua tem crescido nos últimos meses. Em Paranaguá, a média que antes era de 25 a 30 moradores ao dia cadastrados no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), saltou para cerca de 80. A estatística é clara por quem percorre a cidade e percebe a presença dos moradores nessas condições. A Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou que vem pensando em estratégias para melhorar este cenário.

O secretário municipal de Assistência Social, Levi de Andrade, afirmou que 70% dessas pessoas são de outras cidades ou até de outros países como Uruguai e Argentina. “Devido ao momento que o País atravessa, no Estado do Paraná, em média triplicou a quantidade de pessoas em situação de rua, com mais desemprego, aumento de vícios etc. Tínhamos uma média de 25 a 30 moradores de rua ao dia, historicamente, chegamos a 50 pessoas. Dias atrás, o Centro POP chegou a atender 81 pessoas, mas ainda existem alguns que ficam em regiões distantes, como no viaduto da saída da cidade e não frequentam o Centro POP. Com isso, acreditamos que tenha cerca de 100 pessoas”, relatou Andrade.

Secretário municipal de Assistência Social, Levi de Andrade, lembrou que alguns não frequentam o Centro POP e, por isso, não entram na estatística

 

MEDIDAS

Com o crescimento da população em situação de rua, a Secretaria Municipal de Assistência Social tem planejado algumas ações para lidar melhor com o que tem sido observado. Uma das medidas que está em estudo é a criação de uma casa de passagem para que alguns moradores possam passar a noite.

Outra providência que o secretário antecipou é com relação à criação de um modelo de abrigo utilizado na Europa. “Devido à quantidade de refugiados, a Suécia encontrou uma solução que é a colocação de contêineres no estilo de casas em determinada área para os refugiados. Em Paranaguá, temos muitos armazéns desocupados. Funcionaria como uma república, a prefeitura dá o contêiner com chuveiro, cama etc., e o morador paga luz, água, comida e vive desta forma. Seria uma forma de socializá-los novamente. Só poderia ficar quem estivesse trabalhando, estudando, para aqueles que realmente querem sair da condição em que estão”, explicou Andrade. “A política da Assistência Social é ajudar no momento da vulnerabilidade”, completou o secretário.

Além disso, em parceria com a secretaria do Trabalho e Emprego, currículos dos moradores de rua são enviados para as empresas e vários deles já começaram a trabalhar.

QUALIFICAÇÃO

Ações voltadas à qualificação profissional também estão em andamento. Segundo o secretário, em breve, serão realizados cursos de curta duração para os moradores em situação de rua através de uma parceria com o Senai e Senac. “Serão dez cursos com duração de um ou dois dias pelo Senac e cinco pelo Senai. São habilidades que eles podem adquirir em curto espaço de tempo com custeio da prefeitura no Centro POP”, informou.

Jovens e adultos em vulnerabilidade também serão beneficiados com os cursos, desde que tenham cadastro nos CRAS (Centro de Referência em Assistência Social). Em breve, a secretaria divulgará mais informações sobre como participar desses cursos. “A prefeitura tem procurado dar as melhores soluções, mas cidades grandes como São Paulo e Curitiba vivem essa realidade”, observou Andrade.

AUXÍLIO DA POPULAÇÃO

Para colaborar com as ações da Assistência Social, segundo o secretário, a população também precisa colaborar, não dando comida, nem roupas e outras doações. O Centro POP está localizado na Avenida Gabriel de Lara, 1080, bairro 29 de Julho, e pode receber essas doações, pois é lá onde eles podem tomar banho, se alimentar, lavar suas roupas, receber roupas novas e ter atendimentos especializados com psicóloga, assistentes sociais e terapeuta ocupacional.