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Cidadania

Apoio da família é fundamental para mulheres quebrarem o ciclo da violência

Elas também devem receber atendimento especializado com assistentes sociais e psicólogos

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O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) é o local que atende hoje em Paranaguá mulheres que sofreram violência doméstica e procuraram ajuda para quebrar esse ciclo. Além de atendimento especializado, é fundamental que elas recebam suporte da família para enfrentar o problema.

A assistente social Janaína de Farias Arantes Silva; e a psicóloga Josiane Cristine Moura Pereira, profissionais que atuam no Creas do município, explicaram como acontece o trabalho.

“O Creas realiza atendimento psicossocial que compreende escuta qualificada, realizada por assistente social, a qual faz as devidas orientações quando ainda não foi lavrado boletim de ocorrência, exames do IML, e encaminha para os outros setores como área da saúde, quando necessário, e faz o acolhimento à família. Também é realizado agendamento para acompanhamento do setor de psicologia”, esclareceu Janaína.

Elas destacaram que se for avaliado que a família está em risco e a mulher tiver medida protetiva expedida pela Justiça, o caso é encaminhado ao PPCAAM (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte) e à Patrulha Maria da Penha para realizar o monitoramento. A Patrulha atua em Paranaguá desde o início do ano e é realizada por uma equipe da Guarda Civil Municipal.

Segundo as profissionais, atualmente, seis mulheres passam por acompanhamentos pelo setor de psicologia, incluídas no PAEF (Programa de Atendimento Especializado à Família), objetivando o fortalecimento dos vínculos.

“Elas chegam através de encaminhamentos da 1.ª SDP, Núcleo de Prevenção à Violência, Cras (Centro de Referência da Assistência Social), hospitais, enfim, chegam por meio da Rede de Proteção e demandas espontâneas”, explicaram Janaína e Josiane.

Nem sempre as famílias encorajam essas mulheres e dão o suporte necessário para que elas consigam reestruturar suas vidas. “Isso ocorre por questões culturais, falta de conhecimento, falta de condições de acolher a vítima ou até mesmo pelo medo. A família pode ajudar acolhendo a vítima, incentivando-a a realizar a denúncia, e a acompanhando nos atendimentos”, evidenciaram Janaína e Josiane.

Quanto à escolha de passar pelo tratamento ou lutar contra o problema sozinha, é necessário que se considere a ajuda de um psicólogo. “É imprescindível que as mulheres passem pelo acompanhamento psicológico para a superação e o rompimento do ciclo de violência e ressignificação do seu papel na família e na sociedade”, avaliaram.

PREVENÇÃO AO FEMINICÍDIO

Em Paranaguá, quatro casos de feminicídio já foram julgados pelo Poder Judiciário somente neste ano, resultando na condenação dos ex-namorados e ex-maridos que tiraram a vida de suas parceiras. Além desses, outro já está marcado para ocorrer até o fim do mês de outubro.

De acordo com as profissionais que atuam na área, muitos casos fatais poderiam ter sido evitados se houvesse mais conscientização da mulher e da família em não esconder os casos de violência. “É extremamente importante a denúncia, pois antecedente ao feminicídio, a vítima já sofrera algum tipo de agressão, seja ela física, psicológica, sexual, patrimonial e moral já vinha sendo anunciada”, ressaltaram.

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