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Terra de Fernando Amaro

Após a palestra de Silveira Netto em 1900, a data de falecimento de Fernando Amaro ficou como dia 16 de novembro de 1857. Todavia, baseado em…

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Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

Após a palestra de Silveira Netto em 1900, a data de falecimento de Fernando Amaro ficou como dia 16 de novembro de 1857. Todavia, baseado em testemunhas oculares, acredito que ele morreu no dia 15. É um detalhe insignificante, mas mostra como as informações podem mudar com o tempo. Fernando Amaro de Miranda nasceu em Paranaguá em 1831 ou 1832, pois não sabemos se tinha 26 ou 25 anos ao falecer. Em algum momento mudou para Morretes, onde levou uma vida sofrida e de muito trabalho. Nas horas vagas escrevia poesia, como “Versos à Armia”, de julho de 1853, quando o Paraná nem existia como região independente, pertencendo à província de São Paulo. O Imperador D. Pedro II sancionou o projeto de lei criando o Paraná em agosto de 1853 e dia 19 de dezembro tomou posse o primeiro governante, o baiano Zacarias de Góis e Vasconcelos. Fernando também representava dezenas de negociantes curitibanos, sendo conhecido e respeitado tanto pela elite intelectual como pela econômica. Segundo o “Dezenove de Dezembro”, junho de 1854, o livro “Pulsações de Minha Alma”, de Fernando Amaro, estava no prelo. Apesar das publicações de suas poesias entre 1854 e 1857 e da necessidade do Paraná apresentar ao mundo suas personagens importantes, mesmo assim o poeta morreu sem ver seu livro impresso. No dia 15 de novembro de 1857, um domingo, Fernando visitou o amigo Vicente Ferreira de Loyola e durante a conversa teve um mal súbito, falecendo de “instantânea congestão cerebral”. Foi velado lá mesmo. Sozinho na vida e sem recursos, seus amigos providenciaram e financiaram o enterro na segunda-feira, dia 16, bem cedinho. Foi o maior funeral já visto em Morretes, iniciado pontualmente às oito horas, como forma de respeito, com intensa participação da população e carregado de emoção e tristeza pela morte súbita do jovem parnanguara Fernando Amaro de Miranda.

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