O Chafariz na mídia

Nos jornais conservados pelo IHGP, artigos narram a inauguração do sistema de água e apresentam o chafariz. Segundo o “Diário do Commercio”, foi uma festa grandiosa e a Praça Pires Pardinho estava toda enfeitada. Estranhamente, descreveram a estátua como uma figura feminina, sendo visível tratar-se de um homem muito parecido com Dionísio, o deus grego mais popular. Talvez, devido à túnica, fosse mais fácil afirmar ser uma mulher do que explicar porque colocaram um homem de “vestido” no centro da praça. A peça teria vindo da França, sendo encomendada pela prefeitura através da Fundição Indígena do Rio de Janeiro. O jornal curitibano “A República”, encontrado na internet, apesar de relatar vários detalhes sobre o evento, nem sequer descreveu o “monumental chafariz”.

A história do chafariz mostrou-se desconhecida e cheia de contradições. Sua placa de identificação cita a Fundição Indígena, do Rio de Janeiro, como fabricante da peça, mas o relatório de Caetano Munhoz da Rocha aponta o pagamento a Carvalho, Paes e Cia. O site da prefeitura afirmava ser inglês, porém, segundo o jornal local, apesar de ter sido fornecido pela Fundição Indígena, viria da França. Poderia ser inglês, francês ou carioca, três contextos bem diferentes, mas na verdade ninguém sabia de onde ele vinha ou se possuíra algum valor artístico.  

As divergências impossibilitavam conhecer a procedência do monumento, então organizei todas as informações encontradas e voltei à internet. Foi quando me deparei com outros chafarizes iguais ao nosso, um instalado no Rio de Janeiro e outro na França. Ambos eram considerados peças de arte e foram fabricados na mais importante fundição artística do Ocidente. O chafariz parnanguara poderia fazer parte deste acervo ou não passar de uma cópia produzida no Brasil.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana