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Caetano Munhoz da Rocha e os republicanos fariam uma grande festa de inauguração, com várias autoridades políticas e intensa participação popular.

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Há seis meses eu apresentei o chafariz instalado na Praça Mário Roque, explicando seu pertencimento ao importante grupo de obras de arte em ferro fundido – valorizado em grandes cidades do Ocidente – e mostrando ser oriundo da mais famosa fundição artística do mundo, a Val d’Osne.  Além disso, afirmei ser possível acessar a modernização de Paranaguá através do chafariz, pois fora importado da França para coroar a transformação urbana realizada pelos republicanos no início do século XX.

De março até hoje eu venho fazendo isso, ou seja, discutindo a urbanização parnanguara (realizada ao molde burguês e seguindo o modelo de Haussmann, prefeito e reformador Paris) e como isso afetou a vida dos indivíduos.

A questão da água encanada nasceu dentro de uma discussão maior sobre salubridade urbana e saúde dos munícipes. Lixo, esgotos a céu aberto, latrinas, água paradas e hábitos insalubres não seriam mais aceitos pelo Estado, pois representavam riscos à coletividade. O discurso médico moldaria as individualidades, banindo diversos costumes.

O desejo por água potável encanada em Paranaguá apareceu no final do século XIX e sua concretização foi incrivelmente complicada, exigindo diversos editais, troca de empresas, ajustes nos contratos e vários adiamentos, além dos problemas enfrentados durante as obras. Após tanta demora, prefeitura e empresa concordaram em iniciar a disponibilização da água encanada mesmo antes da inauguração oficial, tanto com pontos de acesso público, quanto com as instalações residenciais. Deste modo, no final de 1913, além dos chafarizes coletivos em alguns pontos da cidade, mais de 200 residências contavam com o serviço.

Caetano Munhoz da Rocha e os republicanos fariam uma grande festa de inauguração, com várias autoridades políticas e intensa participação popular. O astro do dia seria o belo chafariz trazido da França.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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