Inauguração da Praça

Fernando Amaro, apesar de famoso em vida, morreu jovem e pobre. Acabou esquecido, sendo redescoberto em 1900 e chegando ao auge nos anos seguintes. Mesmo assim, após a carta equivocada publicada no jornal curitibano, houve espaço para o engano sobre o ano de sua morte. Descobriram o erro a menos de 20 dias da festa (a data 16 de novembro de 1857 pode ter vindo da palestra de Silveira Netto, como já explicamos anteriormente).

Em defesa da prefeitura, o “Tribuna Paranaguense” colocou a culpa no “A República”, que se defendeu: apenas publicamos uma carta de alguém que se dizia extremo conhecedor do poeta e não desconfiamos da incorreção. O “A Notícia”, de Curitiba, avisou sobre o adiamento dos eventos para 1907, mas com a praça praticamente pronta, não tinha lógica após tanto esforço deixar de inaugurá-la. Em 13 de novembro informações sobre o futuro logradouro saíram no “A Notícia”, no “A República” e no “Diário da Tarde”, também curitibano: 24 bancos de ferro foram doados pelo Coronel Domingos Soriano (fotografias antigas mostram estes bancos em volta do coreto e espalhados pelo local); no dia da inauguração ele seria homenageado com seu nome em uma avenida nas proximidades da praça; o prefeito Theodorico Júlio dos Santos convidava para a festa, que iniciaria 19hrs. Com a praça deslumbrante e o povo reunido, Theodorico discursou sobre a Proclamação da República, criou a Avenida Soriano e inaugurou o logradouro em 15 de novembro de 1906. Talvez o evento tenha sido prejudicado pela não comemoração do cinquentenário de morte do poeta, mas certamente foi uma bela festa com banda no coreto. O local virou sucesso e segundo o “A República” do dia 26, era a grande atração da cidade, enchendo todas as noites, principalmente quando havia música.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana