Homenagens a Fernando Amaro

Alexandre Camargo de Sant’Ana

Cinco décadas após morrer, Fernando Amaro era desconhecido até no meio literário. Sua redescoberta em 1900 rapidamente virou uma série de homenagens. Na capital, alguma rua precisava receber seu nome e um busto deveria ser erigido. José Nogueira sugeriu um livro, por não permanecer fixo, podendo chegar a outros estados, e mais tarde a Câmara de Paranaguá doou 500$000 a uma conhecida livraria curitibana para publicá-lo. O “Almanack do Paraná” mostrou o retrato do jovem poeta. Sobre o busto, o “A República” indicou o Passeio Público, onde havia um pedestal vazio. Muitos artistas se disponibilizariam a esculpi-lo em granito. Silveira Netto parece ter sido o primeiro a se aprofundar sobre a vida do poeta. Em 1900 palestrou no Instituto Histórico de Paranaguá, informando o dia de morte como 16 de novembro. Apresentou a tese no Instituto Histórico de Curitiba e na Biblioteca Publica. Pode ter encontrado o dia 16 na certidão de óbito, mas fontes de 1857 informam o dia 15, um domingo, sendo velado na casa do amigo onde morreu. Dia 16 registraram a morte e o enterraram bem cedo no maior funeral de Morretes. Todavia a palestra de Silveira virou base de pesquisa. Um livreto com poemas e manchetes da morte de Fernando foi lançado pelo “O Sapo” em 1902. No ano seguinte o “A República” ainda garimpava as poesias para publicá-las em livro e Morretes deu o nome do poeta a uma rua. O “Novo Almanack”, de Pedro Setragni, com artigo sobre Fernando e a palestra de Netto, saiu em 1905. O poeta novamente era celebridade. Porém, mesmo com todas as homenagens, pesquisas e artigos, houve espaço para a campanha equivocada do cinquentenário de morte. Iniciada pelo jornal “A Republica”, todos aceitaram imediatamente, tanto em Curitiba como em Paranaguá, inclusive a prefeitura.