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Ao final de 1914, o futebol era muito importante em Paranaguá, com várias equipes e diversos “grounds” espalhados pela cidade.

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Ao final de 1914, o futebol era muito importante em Paranaguá, com várias equipes e diversos “grounds” espalhados pela cidade. O Rio Branco era o grande campeão e apesar de o Campo Grande ainda concentrar os eventos futebolísticos mais grandiosos, partidas aconteciam em outros pontos de Paranaguá. De tão relevante, o esporte melhorou até as relações diplomáticas.  

Naquele ano, em janeiro, no campo da Vila Junqueira, o Brazil venceu o time formado por alguns jovens oficiais de vários navios ingleses atracados no Porto. Em setembro, o jornal local publicou um artigo sobre a prática do esporte, avaliando o impacto em elementos da antiga cultura e nas relações internacionais. O futebol, apesar de ser próprio para climas frios – lembrava o autor – cresceu rapidamente no país, matando as diversões genuinamente brasileiras, como o pau de sebo, as corridas a pé e de saco, as regatas e as corridas de cavalos. De forma satírica, o texto afirmava que o futebol era “a diversão de nobres e plebeus, de ricos e de pobres, de pretos e de brancos”. Entretanto, admitia que as relações com os estrangeiros melhoraram com o esporte na cidade – a ponto dos gringos se machucarem em jogo em não pedirem indenização do Estado Brasileiro:

“Inglezes, italianos, americanos do norte, argentinos e outros, teem vindo […] esticar as canelas comnosco no jogo de foot-ball. Antigamente, quando qualquer extrangeiro quebrava uma perna no Brazil, corria ligeiro ao seu cônsul […] para que o nosso governo pagasse ao ferido [.] Modernamente, no […] foot-ball, nós quebramos as pernas aos extrangeiros, elles nol-as quebram a nós, e tudo vae á conta do não foi por querer [.] Oh! Bemdito o que semeia Bolas […] bolas á mão cheia […] E Manda o povo jogar!”

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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