Esgotos

A prefeitura, auxiliada pela câmara municipal, lutou muito para implantar o sistema de distribuição de água potável na cidade, afinal, era um dos itens essenciais no projeto modernizador. Nesta busca por mais salubridade, as autoridades e os formadores de opinião alteraram leis e hábitos e combateram as águas paradas (com medo dos miasmas); substituíram o antigo sistema de fontes e carroças pipas pela moderna distribuição da água pura diretamente da Serra do Prata; destruíram antigos equipamentos e instalaram novos.

Tudo para melhorar a higiene local e diminuir as doenças. Entretanto, ainda havia dois grandes inimigos da limpeza urbana: o Rio Itiberê, há tempos um lodo insalubre, e a falta de esgotos. Na verdade, ambos estavam conectados, pois sem a rede de esgotos os dejetos iam todos para o Itiberê.

Como vimos anteriormente, a prefeitura realizou diversas alterações nos editais para conseguir encontrar uma empresa disposta a aceitar a empreitada. Depois mudou o contrato buscando garantir a execução do projeto e sobrepor os vários imprevistos – mesmo assim ocorreram diversos contratempos e atrasos. Em uma dessas mudanças contratuais, o executivo municipal assumiu a responsabilidade pela instalação dos esgotos. A empresa, por sua vez, trocaria os postes de madeira por outros mais modernos de ferro.

A responsabilidade pelo esgoto passou à prefeitura em 1912 e assim como o sistema de água, o projeto sofreu alterações e atrasos, com as obras iniciando apenas dois anos depois, quando já havia água encanada e não existia mais a lavanderia da Estação. Os trabalhos enfrentaram vários problemas, desde chuva, alagamentos, deslizamentos, brigas entre funcionários, atraso nas entregas, quebra contratual, vandalismo, entre outros. Depois de pronto, ainda seria necessário regular a utilização do novo serviço, com novas leis e regulamentos. Conheceremos este processo nas semanas seguintes.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana