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O futebol em Paranaguá rapidamente se dividiu em duas práticas antagônicas…

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O futebol em Paranaguá rapidamente se dividiu em duas práticas antagônicas: 1) profissional – dentro dos clubes (com regras, locais, datas e horários específicos) e normatizada por uma moral que valorizava o trabalho e a ordem; 2) informal – praticada nas ruas e terrenos (com suas regras, locais, datas e horários indefinidos) e valorizando a diversão. Os formadores de opinião defendiam o esporte profissional e atacavam o informal usando o discurso científico e argumentos morais, pois o primeiro criaria homens saudáveis, inteligentes e honrados, enquanto o segundo levava apenas à degeneração moral e a ferimentos desnecessários, devido sua violência.

O esporte era tão importante, que na ausência dele a cidade ficava sem graça e morta. Em dezembro de 1914, a temporada de jogos entre os clubes – na Praça Pires Pardinho – havia acabado e o resultado foi um domingo deprimente, calado e desanimado, com os logradouros e as ruas vazias e a cidade sem vida. Nem a partida no campo do Porto D. Pedro aumentou o movimento em Paranaguá e os bondes ficaram tão vazios quanto o resto da cidade.

Em poucos anos o futebol passou de novidade moderna para uma epidemia social, invadindo o dia-a-dia de Paranaguá como um dos elementos fundamentais do cotidiano. Crianças e adultos, jovens e velhos, pobres e ricos, brancos e negros, nacionais e estrangeiros, homens e mulheres, todos amavam o futebol.  Por conta desta paixão, a atmosfera inicial de confraternização entre os clubes e as torcidas rapidamente foi deixada de lado. No campeonato municipal de 1915, as violentas discussões dos torcedores em vários pontos da cidade eram um incômodo à ordem pública, sendo criticadas pelo jornal local e descritas como algo tão maléfico para a moral e os bons costumes quanto o futebol de rua.

(continua…)

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

 

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