conecte-se conosco

Centro de Letras

Arte em Ferro no Brasil

O Brasil é o segundo país com mais obras da Val d’Osne, perdendo apenas para França.

Publicado

em

Resultado da ascensão da burguesia e dos projetos de modernização urbana, acelerados após os massacres dos populares e trabalhadores em 1848, a arte em ferro industrializada virou febre em Paris, na França, Europa e nas Américas.

O Brasil é o segundo país com mais obras da Val d’Osne, perdendo apenas para França. A maioria dos monumentos encontra-se no Rio de Janeiro e o responsável por iniciar a coleção foi o botânico e paisagista Auguste Glaziou, convidado por D. Pedro II para reformar o Passeio Público. Graças a ele, dezenas de peças da Val d’Osne chegaram à capital imperial. A principal delas é o enorme chafariz criado por Mathurin Moreau, instalado onde existia o Palácio Monroe. O importante artista francês era bem conhecido no cenário artístico carioca e no ano de 1888, o jornal Diário de Notícias publicou um artigo sobre a grande exposição de obras em bronze que aconteceria no Rio de Janeiro, com modelos criados pelos principais artistas franceses, entre eles o famoso Moreau.

As obras de arte em ferro cariocas permaneceram esquecidas por muito tempo, porém foram redescobertas e agora estão catalogadas na ASPM, valorizadas pelo poder público e algumas até mesmo restauradas. Formam um importante patrimônio artístico reconhecido e respeitado, inclusive classificado como Monumento Histórico, ou seja, deve ser preservado. O chafariz de Paranaguá poderia fazer parte desta coleção nacional da arte em ferro, faltando apenas a confirmação da associação francesa.

Alguns dias após o envio das fotografias do nosso chafariz, a ASPM respondeu validando a procedência: era mesmo da Val d’Osne e Mathurin Moreau. Chegou em 1913, mas funcionou em 1914, coroando a instalação da água em Paranaguá, no auge da urbanização ao estilo burguês de Haussmann.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

Continuar lendo
Publicidade










Em alta

plugins premium WordPress