Alterações no Contrato

Desde a primeira proposta, em fevereiro de 1909, a prefeitura foi obrigada a ser altamente flexível e estar disposta a aceitar alterações das regras no meio do jogo. Apenas um mês após a aprovação final do projeto, o contrato acabou transferido para outra empresa – uma empresa criada unicamente para isso! Mesmo assim não houve avanço. Três anos depois alteraram o acordo original e a rede de esgoto passou a ser responsabilidade da prefeitura.

No início de 1912, o executivo municipal encomendou um estudo sobre a rede de esgotos. Também contava com a aprovação da câmara municipal para a criação de um edital chamando concorrentes para o serviço. Antes do fim daquele mês ocorreu uma reunião entre empresários e prefeitura, para formalizar as modificações no contrato: a empresa não faria os esgotos; haveria um processo para decidir se o município cobraria a multa de cinco contos de réis pela quebra contratual; a empresa substituiria os antigos postes de madeira por outros de ferro.

O edital saiu em junho daquele ano e havia um imenso otimismo, com a expectativa de vários concorrentes apresentando suas propostas. Entretanto, apareceu apenas o engenheiro Adriano Goulin (envolvido no primeiro projeto, de 1909 – impossível de se concretizar e transferido para a “Empreza” apenas um mês após sua aprovação). Desta vez sua ideia foi rejeitada pelo Dr. Niepce.

Como as previsões do executivo municipal deram totalmente erradas e não havia interessados em assumir a instalação da rede de esgotos em Paranaguá, as autoridades locais uniram forças e encararam o desafio. A câmara liberou o município para escolher a melhor forma de conduzir o processo, inclusive autorizando um empréstimo. Deste modo, a responsabilidade pela rede de esgotos passou definitivamente ao executivo no final de 1912.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana