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A Festa Continua

Mas até mesmo nas matines os adultos tomaram conta dos salões com suas “lutas” e danças – dificilmente saberemos se essas “guerras” foram apenas de confete.

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Na segunda-feira, as festas limitaram-se aos bailes infantis. Mas até mesmo nas matines os adultos tomaram conta dos salões com suas “lutas” e danças – dificilmente saberemos se essas “guerras” foram apenas de confete ou se houve lança-perfume. Todavia, pela maneira como os parnanguras (não apenas eles – era normal no país) consumiam o produto, é bem provável que os adultos utilizassem até nas festas das crianças, afinal, guerreavam com lança-perfume na rua, à luz do dia. Não era moralmente errado. Era normal, estava dentro da norma.

Bem diferente do primeiro e apático dia de folia, na terça-feira o carnaval de rua envolveu gente de toda a cidade e foi bastante animado. Apesar da intensa participação popular, as novas restrições afetaram a tradição, reduzindo o número de mascarados, por exemplo, que além de poucos, foram descritos como desajeitados pelo jornal local. Segundo o mesmo artigo – em tom de intensa simpatia com as mudanças – o carnaval de 1913 fora uma brilhante e delirante “festa carnavalesca modernizada”, com bailes e lança-perfume. Vale a pena mais uma vez ressaltar esta dicotomia entre o velho e o novo na ideologia modernizante da época em Paranaguá: a antiga cidade e aqueles costumes considerados imorais ou prejudiciais à saúde deveriam sumir frente à modernidade.

Após o meio-dia, diversos grupos de foliões com instrumentos musicais – os chamados zé-pereiras – percorreram as ruas da cidade, tocando as suas músicas “estrambólicas” e fazendo muito barulho. A banda “quebra-coco” buscou passar em todas as ruas de Paranaguá, definitivamente sendo o “clown” (palhaço em inglês) da festa. Da longínqua região do Porto d’Água, atual Porto Do Pedro, saiu um cordão bem organizado e contando com muita gente. Houve carros alegóricos, fantasias e até crítica social. Assunto para a próxima semana. 

Por Alexandre Camargo Santana

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