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Caos Ferroviário

Manobras da RUMO ALL causam transtornos para população de Paranaguá

Moradores reclamam de atrasos no trabalho, escola e até mesmo em atendimento de emergências de saúde

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Na quarta-feira, 18, uma equipe da Folha do Litoral News acompanhou a passagem de trens na Avenida Roque Vernalha, via de ligação entre bairro e centro, afetada diariamente pelo modal ferroviário em Paranaguá, visto que o tráfego de trens e as manobras dos vagões pela empresa Rumo ALL geram interrupções no tráfego de veículos, ônibus, motos, caminhões, ciclistas e pedestres, ocasionando transtornos à população por várias vezes ao dia. De forma unânime, cidadãos entrevistados reclamaram da demora da passagem do trem, período estipulado em até 45 minutos, algo que gera atrasos no trabalho e escola, problemas em atendimentos de urgência médica, bem como exposição à chuva e sol de ciclistas e pedestres, que não encontram à disposição qualquer tipo de abrigo enquanto o trem passa.

 

 

“O transtorno com o trem é cotidiano na vida de quem mora nesta área da cidade. A linha de trem corta o município e impede o nosso direito de ir e vir, conforme a lei determina. O transporte de cargas é 24 horas e não vai parar. Em minha opinião, seria bom se construíssem de um viaduto e uma passarela, para consistência no fluxo de pessoas”, afirma João Félix, inspetor de embarque, morador no Jardim Araçá. 

“Sou funcionário de uma empresa que fica ao lado da Avenida Ayrton Senna, entro lá às 19h. Para eu não me atrasar tenho que sair meia hora antes de casa, porque o trem interrompe tudo às 18h”, destaca.
Os moradores relataram que períodos estipulados para a passagem de trens são por volta das 7h30, no horário do almoço até às 13h, entre as 17h e 19h, bem como no período da noite e de madrugada, sem nenhum horário exato estipulado. “Além da questão do barulho, é necessária uma maior sinalização, com cancelas, com maior visualização. A ausência disso aumenta a chance de acidentes”, explica João Félix. 

“O que a gente quer é um viaduto, a empresa não liga para o povo daqui. Já passei por vários atrasos, nestes dias mesmo fui buscar minha neta e tive que esperar muito tempo. Meu filho também se atrasa para entrar no trabalho”, afirma Maria Pereira, moradora na Vila Guarani, vendedora autônoma.

Antonio Fumaneri, mecânico morador no Emboguaçu, destacou que diversas vezes ficou esperando a passagem da composição dentro do ônibus. “Já fiquei várias vezes por 30 minutos. Cheguei atrasado no trabalho por causa do trem muitas vezes. Um viaduto é uma necessidade e todos sabem disso”, complementa.


Moradores relatam que períodos estipulados para a passagem de trens são por volta das 7h30, no horário do almoço até às 13h, entre as 17h e 19h

TRANSTORNOS

Segundo Manoel Lopes, morador na Vila Cruzeiro e militar, o tráfego de trens contínuo deixa o trânsito extremamente complicado. “A trincheira feita no Rocio não adiantou muito para o pessoal que trabalha para o lado do porto seco. Já cheguei a perder 45 minutos no carro esperando. Todo mundo chega atrasado no trabalho. Eu, militar, trabalho em escala e complicou muito”, completa. Segundo Lopes, a atual gestão do prefeito Marcelo Roque, por ser jovem e de trabalho nos bairros, irá colaborar junto à empresa responsável para solucionar problema e exigir soluções, como o viaduto. 

A senhora Alaíde Ribeiro da Silva, dona de casa que mora há 45 anos no Jardim Santa Rosa, destacou que o problema do caos ferroviário é uma vergonha em Paranaguá. “A hora que o povo vai trabalhar, em horários de pico, é um caos, um quase atropela o outro. Tinha que ter um horário certo e o apito está alto demais”, destacou. Segundo ela, antigamente havia mais segurança, com guardas e cancelas, algo que não mais existe. “O viaduto ajudaria, mas a gente já nem acredita que vai fazer. É preciso pelo menos colocar uma cancela, sinalização. Já vi criança atropelada e acidentes tristes com trens. Isso não pode mais continuar”, finaliza. 

ANTT

A Folha do Litoral News entrou em contato com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) da União, responsável pela fiscalização do modal ferroviário em todo o Brasil, para saber quais providências serão tomadas quanto à situação de Paranaguá com a empresa Rumo ALL. A ANTT se posicionará sobre o caso nos próximos dias.

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