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Addi Henrique assina contrato com o Palmeiras

No Palmeiras o atleta está se dividindo entre os treinos e a escola

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Foto: arquivo do atleta

De um barracão de lixo reciclável à beira da estrada a uma estrutura de primeiro mundo. Um sonho construído, literalmente dos reciclados. Este é o conto do adolescente Addi Henrique, de 17 anos, uma história inspiradora do moderno do futebol. 

Descoberto pelo professor Lela Santos em Matinhos, o menino de classe humilde, filho de um pintor de paredes, perdeu sua mãe com apenas 12 anos mas, a última semana foi muito especial para o atleta pois aos 17 anos assinou seu primeiro contrato como jogador profissional do Palmeiras, um dos times de maior prestígio no mundo.

Aos 17 anos, atleta assinou seu primeiro contrato como jogador profissional em um dos times de maior prestígio no mundo (Foto: arquivo do atleta)

Addi Henrique ganhou suas primeiras chuteiras e luvas como presente da mãe (já falecida). “Era um primeiro passo do meu destino… Quando minha mãe me deu a chuteira, fiquei muito feliz, chega a me dar uma dor no coração, porque foi a primeira que ela me deu, infelizmente não teve tempo de me ver jogando, lembro que chorei no dia”, disse Addi Henrique.

“Uma chuteira e um par de luvas é uma coisa simples, mas como nossa vida era bastante difícil, para nós nada era fácil. Ela não tinha noção de como ajudaria a revelar o meu talento” – completou o atleta.

Addi Henrique foi apresentado pelo professor Lela Santos à Marcio Queiroz, coordenador do Projeto Social Leões do Futuro onde passou a ter uma estrutura de transporte, alimentação, material esportivo e pessoal, e professores de altíssimo nível que passaram a treinar cotidianamente o atleta. 

Ele foi descoberto pelo professor Lela Santos em Matinhos

Seu professor e incentivador Tuca, inscreveu o garoto em uma competição em São Paulo juntamente com a equipe do Leões, competição está vista por diversos observadores técnicos de vários clubes do Brasil, a partir desta competição o atleta passou a receber convite para fazer avaliações técnicas de vários clubes, e em especial do observador técnico do Palmeiras (professor Jorge). O resto ficou por conta do talento de Addi Henrique.

“Esse garoto, Addi Henrique, ficou na minha cabeça. Ele joga com muita paixão, se diverte em campo. Chamou minha atenção na hora”, afirmou Marcio Queiroz.

No Palmeiras o atleta está se dividindo entre os treinos e a escola. Uma oportunidade dupla de sucesso para quem cresceu com poucas perspectivas.

Diante da oportunidade oferecida pelo Leões do Futuro, começava ali a sua trajetória no esporte ao se matricular no projeto.

Hoje, Addi Henrique assinou com o Palmeiras como atleta profissional por 3 anos e já treina juntamente com o goleiro Weverton da seleção brasileira. Vai disputar diversas competições internacionais em 2022, o atleta já coleciona conquistas em um campeonato paulista e alimenta um sonho de alcançar a seleção brasileira.

“Meu maior sonho é conquistar um espaço na seleção, estou trabalhando duro para chegar”, disse Addi Henrique e, usando seu exemplo de superação e resiliência para pedir um olhar especial para os que mais precisam. “Quanto mais o poder público olhar para as comunidades, mais atletas surgirão, mais crianças sairão das drogas e mais professores serão formados”, enfatiza o atleta.

Em meio à sua trajetória Addi Henrique pensou em largar tudo. Só não o fez por causa do apoio irrestrito do preparador de goleiros, professor Bruno Dalago, a quem chama de amigo. 

“Hoje sou um atleta de alto rendimento pelo fato de não querer ser mais um nas estatísticas, como muitos foram, tenho exemplo dentro da minha cidade, amigos meus começaram e pararam”, afirmou Addi Henrique para em seguida completar. “Blindo a minha mente a cada dia que passa. Essa parte é bem difícil, já perdi minha mãe, irmão, mas se você não tiver um propósito e se deixar abalar pelas coisas do mundo, nunca conseguirá chegar onde Deus quer que você chegue”.

A dor da vida, segundo ele, o fez amadurecer. “Quero mostrar o que é persistência e também agradecer a equipe por trás de mim, meus companheiros de treino e, em especial, a minha Avó (Dona Divina), que sempre está me ajudando a trilhar o caminho do bem”, externa o atleta.

O Coordenador do Leões do Futuro Marcio Queiroz administra a carreira do atleta em parceria com a empresa FJB Sports que representa o atleta no Brasil e no exterior e ambos apostam num futuro de sucesso para Addi Henrique. “É um competidor de muito potencial, novo e que tem muitos ciclos pela frente. Antes da pandemia, o projeto Leões do Futuro tinha mais de 500 alunos, mas ele é especial, tem uma história muito sofrida. A vida do atleta amador em nosso país é muito difícil, sobretudo para os oriundos de comunidades carentes. É uma verdadeira guerra”, afirma Marcio Queiroz.

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