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Aniversário de Paranaguá

Mercado do Artesanato guarda a cultura caiçara

Artesã Erani Santos, de 69 anos, encontrou na arte uma grande motivação para preencher o tempo livre

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A artesã Erani Santos, de 69 anos, encontrou na arte uma grande motivação para preencher o tempo livre. Há 20 anos ela vive exclusivamente dos produtos que cria através de suas mãos hábeis e de uma mente criativa.

Mãe, avó e bisavó, a artesã conta que descobriu a vocação para as artes prestes a fazer 50 anos, após ter criado os filhos. “Eu não poderia imaginar que pudesse criar tantos trabalhos e sempre aprendendo coisas novas”, contou ela, que faz pinturas em panos, produtos em cerâmicas e uma série de lembrancinhas que levam o nome de Paranaguá para o Brasil e o mundo.  

“Eu comecei bordando pano de prato. Fazia os trabalhos quando meus filhos eram pequenos, mas não pude dar sequência. Depois que eles cresceram e casaram, eu passei a viver do artesanato e assim vieram as descobertas. Hoje minha renda é exclusiva do artesanato porque não consegui me aposentar”, contou a artesã.

Dona Erani recorda que, logo na primeira vez que bordou, criou quatro panos ao mesmo tempo em ponto cruz. “Coloquei o nome em bordado escrito ‘pano de prato da vovó’. E assim comecei para ocupar o tempo e hoje não sei mais viver sem fazer artesanato”, apontou.

Atualmente, além das pinturas em tecidos ela também  faz trabalhos em cerâmica, bolsas, miniaturas de barcos e outras peças em conchas de praias e de caramujos, sempre incluindo o nome de Paranaguá. De acordo com a artesã, os turistas preferem produtos que tragam o nome da cidade.

“As pessoas preferem todos os produtos que representem a cidade, pode ser um pano de prato para dar de presente ou para levar para cidade de onde vieram mostrando que estiveram aqui”, destacou. A artesã ressaltou, ainda, que seu amor pela arte é algo grandioso.

 


Aos 69 anos, artesã  Erani Santos não conseguiu se aposentar, e hoje vive exclusivamente do artesanato

 

“Meu amor pela arte é demais. Eu acordo de manhã e vou para meu ateliê já pensando no que vou fazer. É inexplicável o amor que eu sinto pela arte, mas posso garantir que é isso que me motiva diariamente a continuar. Muitas vezes começo a fazer uma coisa e o resultado acaba sendo outro porque as ideias surgem uma atrás da outra”, explica.

Recentemente ela ficou afastada de suas atividades por motivo de doença. Esse afastamento lhe entristeceu ao ponto de ter adoecido ainda mais pela falta que o artesanato causou em sua vida.

“A mesma paixão eu sinto pelo ambiente em que trabalho. Fico aqui das 9h às 17h, passo o dia inteiro aqui. Desde meu café da manhã até o almoço. Eu amo esse lugar e cuido como se fosse minha casa, pois é onde passo a maior parte do meu tempo. Vou para casa para dormir, por isso posso dizer que o Mercado do Artesanato é a minha vida”, finalizou, enquanto iniciava mais uma pintura. 

 

MERCADO DO ARTESANATO

A construção, que foi erguida em 1914, já abrigou o Mercado do Peixe, que servia à comunidade dos pescadores que ali vinham comercializar os seus pescados. Funcionava sempre de madrugada e ao anoitecer e em 1983 depois de uma reforma, se tornou o então o Mercado de Artesanato, servindo como ponto de venda do artesanato típico da região. Endereço: Rua General Carneiro – s/n.º – Centro Histórico.

 

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