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Aniversário de Paranaguá

A paixão por Paranaguá através da fotografia de Fujita

Fotógrafo possui relíquia de fotografias que retratam a história da cidade

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O fotógrafo, Jorge Masaru Fujita retrata em muitas das suas fotografias sua paixão por Paranaguá. O profissional lembra que, apesar de muitos pensarem, ele não é parnanguara de nascimento, mas de coração. “Nasci no interior do Paraná em uma pequena cidade chamada Uraí. Se bem que deixei Uraí com apenas quatro meses de idade, quando meu pai resolveu deixar de ser professor da língua japonesa para virar fotógrafo profissional, amador, ele já era, com muitas premiações nos concursos fotográficos nacionais e internacionais”, comentou. “Morei em algumas cidades do Norte do Estado e, com 11 anos, cheguei a Paranaguá no final de 1962. Foi quando eu vi o mar pela primeira vez. Tudo era novidade. Fiquei fascinado pela geografia, arquitetura, história e gente de Paranaguá, uma maravilha de céu, mar, montanhas. Foi amor à primeira vista”, salientou Fujita, que desde então retrata a cidade. “A primeira experiência fotográfica eu tive aos oito anos, quando ainda era muito difícil saber manejar uma câmera”, lembrou.

 


Jorge Fujita: “Paranaguá tem uma 'alma' que não pode ser vista nem tocada, mas que necessita de atenção e cuidados”

 

O fotógrado, que também é designer de imagem e áudio, Film Maker, técnico em Hardware de PC, consultor de marketing e RH, tradutor e intérprete de língua japonesa, afirmou que retratar Paranaguá é transferir os dados de sua mente para a imagem. “Pois, o que os meus olhos veem é processado na minha mente. Meu lema é: meus olhos, minha mente, minha lente, vejo, penso, registro. É instintivo, nada de regras ou convenções, deixo até a arte de lado para poder captar um bom momento”, detalhou.

ALMA DE PARANAGUÁ

Sobre o que mais lhe chama atenção no município, Fujita enfatizou que, para ele, Paranaguá tem alma. “Como tudo na vida, Paranaguá tem uma 'alma' que não pode ser vista nem tocada, mas que necessita de atenção e de cuidados. Dói muito vê-la envelhecida, machucada e maltratada. Culpa, não só da máquina administrava de vários mandatos, como também de seu povo. Problema de cultura, de conhecimento de causa”, lamentou.

 


Foto dos anos 70 registrou a chegada de uma canoa cheia de trabalhos artesanais vinda das ilhas. Fotografia foi premiada em São Paulo e serviu como base para uma tela, obra do artista plástico Emir Roth

 

Fujita observou que a fotografia é apenas uma parte do que gosta de fazer. “Há muito tempo venho mostrando ao mundo imagens de Paranaguá de ontem e de hoje. Digo isso porque com o avanço da tecnologia, o alcance é ilimitado e já consegui  chegar a locais que jamais imaginei chegar. Em decorrência disso, posso assegurar que inúmeras pessoas já se apaixonaram sem conhecer pessoalmente nossa cidade. O atrativo é muito grande e se sobrepõe aos defeitos. Procuro ser honesto, mostrando sempre as duas faces”, afirmou.

EXPOSIÇÃO

Atualmente, foi montada uma exposição de fotos antigas e históricas que o profissional montou em parceria na Gruta da Garoupa. “Com a divulgação na mídia, muitas pessoas de fora têm sido atraídas, principalmente pesquisadores e estudantes universitários que ainda não conheciam a cidade ou estavam distanciados há muito tempo”, contou.

Para Fujita, uma das fotos mais marcantes que fez em Paranaguá ocorreu no final dos anos 70, quando registrou a chegada de uma canoa cheia de trabalhos artesanais vinda das ilhas. “A foto foi premiada no Concurso Fotográfico em São Paulo e serviu também como base para uma tela, obra do meu saudoso amigo e artista plástico Emir Roth”, contou. “Herdei de meu pai o costume de mostrar e divulgar Paranaguá. Em vida, ele publicava fotos acompanhadas de suas poesias, semanalmente nos jornais São Paulo Shimbum e Diário Nippak, de circulação nacional, direcionada para a colônia japonesa. Muitas foram publicadas também nas revistas do Japão. Atualmente, continuo divulgando e compartilhando pelas redes sociais, imagens de Paranaguá de ontem e de hoje, fazendo um apelo para que as pessoas façam doação de fotografias que certamente estão guardadas ou esquecidas em algum canto de suas casas à espera da ação do tempo”, frisou. “Na medida do possível, estou empenhado na atualização do banco de imagem e do som no Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, do qual sou membro e um dos diretores. A minha intenção é procurar resgatar, arquivar e divulgar ao máximo a memória de Paranaguá e região. Como é um trabalho árduo e requer muita dedicação, estou à procura de parcerias e colaborações para captação de recursos a fim de garantir a continuidade do projeto iniciado. Certamente, sem o amor à primeira vista por Paranaguá, citado no início e que me acompanha até hoje, não seria possível estar empenhado nessa luta”, destacou.

 


Fujita registrou a Paranaguá dos anos 70 vista da Ilha dos Valadares

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